Sou inteiro e sou metade.
Metade de uma inteireza,
inteiro por ser metade.
Metade de mim é inteira,
outra metade é só a metade.
Um que é dois,
dois que é um.
Parte de mim é humano,
a outra, ainda há
salvação.
Sigo lento e curvo,
até mesmo na parte
menos escuro
sou metade
de um (in)seguro.
Minha metade
é amor,
a inteireza
é só água
desembocando em chuva.
Algo em mim é tradição,
minha vida é
contradição.
Há muito em mim
de tudo
um pouco
que não é muito,
mas que é transbordante.
Em mim,
há metades,
inteiros e condições.
Só não há limites
nem medições.