domingo, 19 de janeiro de 2014

Alumeia o beco

Ô meu santo, que gira com os pés no chão batido
de tantos tambores
e outros tantos amores,
as mocinhas de coração
sofrido
e as mães de leite
derrabado

Ô meu vaga-lume seresteiro
que vagueia nos
terreiros
anuncia a lua cheia

Um benzimento
contra quebranto
e uns ramos de arruda
porque nessa vida sofrida
toda santa é a ajuda

Ô meu lampião
guia eu e meus santos
e se cansar
que haja muito barranco
porque nem todo santo
é branco
e ainda bem
senão
eu não via o que é bom

Ô dona dos becos
não deixe
que meus lábios
fiquem secos
se não tiver água
que seja ao menos um peixe
num cardume
de beijos.

Foto: Jossier Boleão

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